Ainda era 2003, quando pela primeira vez peguei um Zine na mão. Nessa época eu estava iniciando minha aproximação com o Punk, as bandas punks, a política punk, e o seu principal conteúdo: a estética punk. Atrito zine, uma publicação, uma banda, uma atitude. Foram com essas pessoazine que encontrei.O contágio foi intenso, mudou completamente minha percepção de mundo, deparei-me com a possibilidade de viver vidas criativas e empolgantes. Foi ai que tudo começou.
No ano seguinte, resolvemos fazer nosso primeiro zine, eu e Cora, uma grande amiga na época. Ainda me lembro da tarde que sentamos juntxs na mesa para recortar as revistas, pensar nos temas e qual seria o nome do nosso primeiro Fanzine, Libertação, foi esse que escolhemos. Na cassete, tocava Dominatrix e fazia um calor tremendo, queríamos colocar o mundo ali naquelas folhas de papel. O zine ficou pronto, lembrava alguma colagem dadaísta protopunk, teve umas 5 poesias, e uns dois textos. Fizemos dois números, mas os originais, perdi durante o desalojo do squatt Teimosia em 2005.
Não havia internet acessível, mandamos nosso primeiro zine para os 26 estados do Brasil por carta, mais da metade nos respondeu. Quando percebi, estava no meio da Paulista encontrado contatos na mesma manifestação que eu. Com o passar dos anos parei de fazer zines, e meu segundo projeto só consegui lançar em 2011, o Sinédoque.
Os primeiros zines datam dos finais dos anos 60 e meados dos 70. Não surgiram essencialmente no underground da música da contracultura, mas sobre isso falaremos no primeiro dia da oficina, aqui em Porto Alegre, na Casa de Cultura Mario Quintana, no próximo dia 6 de Março, sexta-feira!
Ali Savage
Ali Savage